06/01/2011

dificuldade de comunicação

Certo dia, pela tardinha, estava eu na minha casa, no Xai Xai, mais propriamente no quintal, eis que vejo aproximar-se de mim uma mulher negra que aparentava estar pela meia-idade. Trazia na mão uma lata, daquelas que se compravam cheias de petróleo, as quais, depois de esvaziadas, serviam para as pessoas transportarem água, encherem de castanha de caju, para depois venderem aos merceeiros no mato etc.

 

A mulher negra aproximou-se da mulher branca, que neste caso, particular, era eu, e disse:”combela mate senhora” fiquei a olhar, sem perceber o que aquele pedido significava, vi que era um pedido mas não descortinava o seu significado, e disse:”quê!!!?” repetiu o pedido: “combela mate senhora” e eu nada! Então, ela resolveu agir de outra forma mais explícita. Pegou-me num braço e tentou levar-me ao sítio onde estava o que descodificava o enigmático pedido. Deixei-me levar, pois também estava tomada pela curiosidade. Quando chegamos perto da torneira, eu virei Édipo e ficou desfeito o enigma. Ela queria água.

 

Disse:”haaaaaaaa!!!! Você quer águaaaaaa!!! Está bem! encha a lata.” Encheu a lata, fez umas vénias, e prenunciou uma frase, essa sim era-me familiar. Foi: “kanimanbo senhora” Foi-se embora e que eu me lembre, não voltou mais

 

Rosa Cortez    

    

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